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A História do Inferno: Introdução



Recentemente a revista Christian History publicou uma pequena edição intitulado “A História do Inferno – Um breve panorama e guia de recursos”, recurso recomendado por alguns pastores, como Mark Driscoll. Cremos que este conteúdo complementará com a perspectiva histórica sobre essa doutrina, por isso o estamos traduzindo (com permissão da própria revista).
Serão, provavelmente, 12 postagens ao total. Esta com uma pequena introdução sobre os três pontos de vista sobre o assunto; mais 10 apresentando grandes nomes da história e o que defendiam sobre o assunto (do ano 30 até 1900) e, por fim, o ebook completo com alguns recursos de posições modernas. Tentaremos incluir o máximo de referências e livros disponíveis em português.
Há vários motivos porque postamos sobre a doutrina do inferno. A principal é porque amamos a Jesus. Outro motivo é o descaso (ou, às vezes, abuso) que há em nossos tempos. Se você se pergunta “por que a crença no inferno é fundamental?” sugerimos que você leia este artigo de John Piper. Por último, gostaria de ressaltar que não será apresentado embasamento bíblico sobre o assunto. Será um panorama histórico. Se você deseja ver uma abordagem teológica e pastoral sugiro que você veja os materiais disponíveis em: nosso arquivo (VE), no iPródigo e no Monergismo.
Boa leitura

O INFERNO: TRÊS PONTOS DE VISTA

TRADICIONAL 
Alguns (talvez mesmo a maior parte da espécie humana) não serão salvos. • Cada pessoa é julgada de uma vez por todas na morte e herda ou a vida eterna, ou a condenação eterna. • O inferno é um lugar de punição consciente e interminável em decorrência do pecado. Essa punição é interpretada ora de modo literal (tormento físico), ora de modo metafórico (um estado do ser, sofrimento espiritual, separação em relação a Deus). • Uma vez no inferno, a pessoa não tem mais como escapar. • Algumas vertentes desse ponto de vista defendem que há diferentes graus de punição, dependendo da gravidade dos pecados cometidos. • Algumas correntes (como a calvinista) enfatizam a soberania de Deus na punição daqueles a quem ele escolhe punir, ao passo que outras linhas ressaltam a liberdade da escolha humana. • A posição católica romana estabelece uma distinção entre inferno e purgatório — local temporário de purificação para os destinados ao céu.
IMORTALIDADE CONDICIONAL OU ANIQUILACIONISMO 
Alguns não serão salvos. • A alma humana não é imortal por natureza. A existência eterna é um dom que Deus dá aos remidos. • Os impenitentes serão punidos, mas esse período de punição consciente terá fim. • Na última ressurreição, os impenitentes serão destruídos e deixarão de existir. O “fogo” do inferno de que fala a Escritura é consumidor, não atormentador. • Alguns condicionalistas creem que após a morte a pessoa receberá uma segunda oportunidade de aceitar ou rejeitar a Deus.
RESTAURACIONISMO OU UNIVERSALISMO 
Todos no fim serão salvos, e Deus restaurará a criação à perfeita harmonia. • A punição eterna contradiz o amor de Deus, uma vez que Deus deseja a salvação de todos e tem o poder de vencer o pecado e o mal. O amor de Deus é mais forte que a resistência humana. • Se existe inferno, não é por toda a eternidade. A punição é transitória e corretiva, levando o pecador ao arrependimento e à união com Deus. • Mesmo o Diabo pode no final de tudo se arrepender e ser salvo. • Alguns teólogos ao longo da história defenderam uma posição mais cautelosa de “universalismo esperançoso”, ou seja, não podiam afirmar dogmaticamente que todos serão salvos, mas tampouco podiam negar essa possibilidade.
© 2011 Christian History. christianhistorymagazine.org | Usado com permissão.
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que adicione as informações supracitadas, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
Obs.: O VE defende oficialmente a posição tradicional do inferno, crendo ser essa a correta interpretação dos ensinos bíblicos.

John White – Conversões Abortivas: Culpa Nossa ou de Satanás? (1/3)

As técnicas se tornam imorais quando, consciente ou inconscientemente, nós as utilizamos para manusear a vontade, as emoções ou a consciência de outrem.

O evangelismo não é uma lavagem cerebral

A primeira vez que vi a “lavagem cerebral” evangelística foi na Inglaterra, em 1945. Eu havia recebido a tarefa de ajudar uma jovem que “viera à frente” na noite anterior, mas que acordara no dia seguinte reconhecendo haver caído em uma armadilha que a levara a tomar uma decisão apressada. Sua angústia e confusão perturbaram-me profundamente.
Alguém poderia argumentar que a conversão da jovem foi genuína e que sua reação subseqüente foi inspirada por Satanás. Lembro-me de que naquela ocasião adotei esta opinião. Agora, porém, estou mais inclinado a pensar que sua conversão foi psicológica e não espiritual.
Deixe-me definir meus termos.
Em certo sentido, toda conversão é psicológica. Toda conversão inclui uma decisão e uma mudança de perspectiva. Ora, decisão e mudança de perspectiva são fenômenos psicológicos. Mas, enquanto as alterações emocionais de uma conversão espiritual resultam da ação de Deus, em uma conversão puramente psicológica tais alterações resultam de uma técnica empregada ou de uma pressão emocional. Não representam um milagre da graça.
Esta distinção começou a resplandecer em minha mente quando ouvi falar sobre as técnicas de “doutrinamento” usadas pelos comunistas chineses, logo depois da revolução na China. Eles organizavam grandes concentrações com testemunhos pessoais, coros, oradores “dinâmicos”, apelos e obreiros pessoais — tudo comunista. Imitação fraudulenta do diabo? Não exatamente. Pelo contrário, era a maneira chinesa de empregar, aberta e deliberadamente, as técnicas que alguns evangelistas (talvez de modo inconsciente) usam para obter convertidos.
Nossas mentes estão sujeitas a determinadas leis e, em grau limitado, estão abertas a manipulações. Se, em uma multidão numerosa, me fizerem rir e, depois, chorar; e, em seguida, rir e chorar novamente; e se, em adição a isso, repetirem certas frases com insistência e, alternadamente, me falarem e me consolarem, a minha mente, se eu não estiver vigilante, se tornará cada vez mais flexível nas mãos daqueles que assim agem para comigo.
Poderei chegar a um ponto em que farão comigo o que desejarem. Meu juízo perde a sua sensibilidade, minha consciência se inflama, minhas emoções fazem tudo parecer diferente. Se, em tal condição, eu tomar a decisão que desejarem que eu tome, não importando qual seja esta “decisão”, provavelmente experimentarei alívio, alegria e paz. Este é um fenômeno psicológico bem conhecido. As suas técnicas também são bastante conhecidas. Ainda que eu permaneça alerta, talvez seja difícil resistir, pelo menos temporariamente.
A conversão espiritual autêntica é muito mais profunda. Possui uma dimensão imaterial, não-psicológica. É acompanhada por uma alegria e uma paz mais do que temporária. A conversão autêntica dá lugar à mansidão, à fome e sede de justiça, à humildade de espírito e a todos os frutos da justiça.
Se você é um pregador do evangelho, compete-lhe saber o que está fazendo. Tenha cuidado para não utilizar suas habilidades como pregador na realização de psicoterapia coletiva. Lembre-se de que está colaborando com o Espírito Santo. Você deve ter cautela em almejar grandes números de conversões, para que não tente realizar a obra que compete ao Espírito Santo. Seu trabalho, como pregador, consiste em explicar a Palavra de Deus, mostrando como ela se aplica. A obra do Espírito Santo consiste em fazer a Palavra arraigar-se na consciência do homem, a fim de que este permaneça sob o efeito da convicção. Portanto, não brinque com a consciência do pecador, relatando-lhe histórias espantosas. Permita que o Espírito Santo realize a convicção e desperte o temor. As histórias servem para esclarecer pontos obscuros da mensagem, não para produzir calafrios na congregação.
Isto significa que todas as técnicas de evangelismo estão erradas?
Não, não penso assim. É impossível fazer qualquer coisa sem alguma técnica. Precisamos de técnicas para comunicar a verdade com clareza. Prefiro dizer que as técnicas se tornam imorais quando, consciente ou inconscientemente, nós as utilizamos para manusear a vontade, as emoções ou a consciência de outrem; quando adquirem maior importância, em nossos pensamentos, do que o Espírito de Deus; quando os resultados se tornam mais importantes do que as pessoas.

Emoções falsas

Não sou contra as emoções na pregação, e sim contra o emocionalismo. Não me declaro contrário à persuasão fervorosa, e sim contra os truques utilizados para levar um homem a mudar de opinião. Paulo pleiteava com homens e mulheres, chorando enquanto os exortava. Uma atitude magnífica! Porquanto o evangelho de Jesus Cristo não consiste de uma inexpressiva proposição intelectual, e o destino de um homem impenitente não é uma questão de simples interesse acadêmico.
Por conseguinte, que haja lágrimas e não os que “arrancam lágrimas”; que haja persuasão e não as técnicas persuasivas. Em áreas não- espirituais, quando tratamos sobre algo que nos preocupa, lemos livros e manuais para aprender técnicas persuasivas, a fim de levarmos os indivíduos a tomarem decisões. Porém, na pregação, prefiro mais um pregador que chora e uma congregação de olhos enxutos do que o contrário. O pregador tem algo a respeito do qual pode chorar. Ele enxerga, ou deveria enxergar, como as pessoas realmente são, e sua tarefa consiste em transmitir o que vê. E neste processo talvez não seja capaz de controlar suas emoções.
O perigo das manipulações psicológicas não se limita às grandes concentrações de pessoas. As técnicas de evangelismo pessoal podem ser igualmente perigosas.
Vocês já se encontraram com pessoas que lhes perguntaram: “Oh! Será que passei pela experiência?” Ao questioná-las, vocês descobriram que elas haviam “aceitado o Senhor”, quando algum evangelista pessoal excessivamente zeloso apenas as pressionou demais. É verdade que alguns desses “convertidos” podem ser pessoas regeneradas que estão se afastando do Senhor. Mas estou igualmente certo de que a maioria destes casos resulta da “lavagem cerebral” evangelística aplicada por certos “obreiros pessoais”.
Parte de nossa dificuldade se origina de nosso desespero em busca de resultados. Os pastores que trabalham de “tempo integral” têm de provar que estão labutando de tal modo que merecem seu salário. São obrigados a obter resultados e se desesperam por desejarem ser bons agentes de vendas do seu produto. Os que estudam para o ministério evangélico tentam provar seu desempenho cristão (como alguns guerreiros índios provam sua masculinidade) arrancando alguns escalpos.
Ora, os resultados nos deixam perplexos. Não estou dizendo que não devemos ficar preocupados, quando as pessoas ao nosso redor não se deixam levar à salvação. De fato, neste caso deveríamos ficar extremamente preocupados. Entretanto, os resultados precisam ser genuínos, a fim de que tenham qualquer valor. É a regeneração que torna o pecador apto para o céu, e não a manipulação de uma conversão psicológica.
O que posso dizer sobre os motivos que tenho em mente, quando busco resultados? Eles se originam de um sincero interesse pelo meu próximo? Originam-se do amor de Cristo que me constrange? Anseio pela glória de Deus? Ou simplesmente estou procurando comprovar algo?
Por: John White. © Editora Fiel | editorafiel.com.br

Deus dirige os caminhos de todos os homens

Por: Heber Carlos de Campos





Esta matéria da direção de Deus é, teoricamente fácil de se crer, mas na prática ela tem sido difícil de aceitar, porque tem havido muitas pessoas que lutam contra a idéia da soberania divina. Ela é tremendamente controvertida nos círculos sinergistas, isto é, nos lugares onde vigora uma idéia de que o homem é quem determina os seus caminhos.
Análise de Texto
Jr 10.23 – “Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos”.
O contexto deste verso é muito importante para que o entendamos. Era o tempo da invasão de Nabucodonozor. Judá era uma terra de desolação por causa da maldade do rei de Babilônia que tomou Jerusalém e a sitiou. Todos os acontecimentos narrados pelo profeta mostram o juízo de Deus através do monarca dos caldeus. O castigo era por causa da justiça divina em razão dos pecados de Judá. Todavia, o modo como Deus usa as pessoas na consecução dos seus planos é produto da sua soberania. O destino das pessoas sempre foi determinado pela soberania de Deus. Essa era a ótica de Jeremias quando escreveu estas palavras do verso em questão.
Na verdade. Jeremias, que era um crente, reconheceu duas coisas (e só os crentes as reconhecem!) com respeito aos seres humanos: o destino dos seres humanos e os seus caminhos estão no controle de Deus:

Que não cabe ao homem determinar o seu caminho

O profeta Jeremias reconheceu que a determinação do destino dos homens não é tarefa deles. Este aspecto tem a ver com o decreto divino. Nem sequer o homem sabe o seu dia de amanhã. Toda a vida dos seres humanos está nas mãos de Deus. O destino deles é designado inteiramente por Deus. As mãos de Deus é dirigem o nosso destino. Cremos que não existe acaso na teologia cristã. Todas as cousas que acontecem na vida dos seres humanos é produto do decisões divinas. Isso não é fatalismo! O nosso destino é inteligentemente estabelecido pelo sábio conselho de Deus.
Os caminhos que os homens seguem são, em última análise, o traçado feito de antemão pelo soberano Deus. Os decretos divinos sobre a nossa vida é que ficam claros quando a nossa vida é dirigida pelas mãos de Deus.
O profeta Jeremias teve uma visão muitíssimo clara da providência soberana de Deus na vida dos seres humanos. Ele entendeu que os afazeres das nações e dos indivíduos estão sob o governo do Eterno. Como foi para Jeremiais, este é um artigo de fé que todos os crentes de origem reformada possuem e dele não podem abrir mão. Todavia, os incrédulos e mesmo alguns chamados “evangélicos” não conseguem reconhecer esta verdade. Para estes, o destino deles está nas suas próprias mãos. O destino deles é selado por atos que eles próprios praticam como expressão das suas próprias decisões.

Que não cabe ao homem dirigir o seu caminho

É verdade que os seres humanos tomam decisões, mas eles não são suficientemente capazes de executar todas as suas decisões porque lhes falta o poder para fazê-lo. É verdade que os seres humanos fazem escolhas, mas nem sempre o que eles escolhem fazer conseguem fazer. A execução dos planos dos homens estão condicionadas ao plano divino.
Os passos dos homens são governados pela obra concorrente de Deus que guia os passos deles. Isto quer dizer que não podemos fazer absolutamente nada para aliviar os nossos problemas ou para aumentar os nossos prazeres, a menos que Deus opere conjuntamente conosco e ordene libertação deles para nós ou aumente o gozo de nossa vida.
Não somos donos e senhores de nossos próprios caminhos. Não temos o poder de controlar todos os nossos desejos nem de realizá-los como pretendemos.
Esta também foi a crença do Pregador, provavelmente Salomão. Ele creu na direção providencial de Deus:
Pv 20.24 – “Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como, pois, poderá o homem entender o seu caminho?”
Neste verso o autor sacro está tratando do fato de que Deus está envolvido com todos os nossos afazeres e os dirige a todos. Todos os nossos passos estão na dependência direção de nosso Deus. Tudo o que fazemos, fazemos exatamente porque queremos, mas isto não significa que somos independentes do decreto nem da ação divina em nossa vida guiando os nossos passos. Todas as nossas atividades estão debaixo da providência e, quando falamos dos cristãos, eles estão debaixo da sua providência graciosa, de forma que, quer andemos por caminhos maus ou bons, estamos sob o controle gracioso de Deus que nos ensina com manifestações deliciosas do seu amor ou com as manifestações disciplinares desse mesmo amor. De qualquer forma, todos os nossos passos acabam sendo dirigidos por Deus.
As nossas empreitadas não são realizadas porque sozinhos as desejamos e as fazemos, mas porque Deus está por detrás de tudo quanto planejamos e realizamos. Não temos poder nem para vislumbrar o que irá nos acontecer amanhã. Por isso o Pregador diz que “o homem não pode entender o seu caminho”. Os homens não podem saber nada sobre suas vidas até que os caminhos deles sejam revelados. Os homens não entendem os seus caminhos porque eles estão escondidos. Os caminhos dos homens são segredos escondidos em Deus e, por essa razão, eles não podem entender o que está acontecendo nem o que vai acontecer com eles. Porque o Senhor dirige os passos dos homens é que eles nem sempre entendem o procedimento deles. As decisões de fazer as coisas eles tomam, mas eles não compreendem porque tomaram aquelas decisões.
Somente os cristãos entendem que os seus passos são dirigidos pelo Senhor e, seja o que for que possa acontecer, eles crêem que, em última análise, o Senhor está por detrás dos próprios atos deles. Eles também não entendem as razões últimas de Deus ao dirigir os passos deles, mas entendem que é Deus quem os dirige.
Análise de Texto
Pv 16.1,2, 9 – “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor. Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito... O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.”
Estes dois versos de Salomão mostram diretamente os planos dos homens e indiretamente os de Deus. Estes versos ensinam que os seres humanos não são suficientes em si mesmos para planejar devidamente. Os seres humanos não são capazes de pensar e de falar de modo devido, isto é, de tratar das coisas que são sábias e boas, porque tudo o que fazem corretamente é porque foram capacitados por Deus, pois aprendem da Escritura que “a nossa suficiência vem de Deus” (2 Co 3.5).
No mais secreto do nosso ser, o coração, arquitetamos planos, mas não somos sequer capazes de saber se os nossos planos são certos e bons. O nosso coração é enganoso e não é sábio. A preparação de todos os nossos atos está no coração dos homens, mas a resposta dos lábios vem do Senhor.
O texto de Provérbios 16.1 mostra duas verdades incontestáveis sobre a direção providencial de Deus:

O homem propõe caminhos

Os seres humanos em geral possuem a capacidade de agir livremente. Por isso eles são chamados de livres-agentes. Eles planejam as coisas e as fazem de acordo com as disposições dominantes dos seus corações. Eles fazem tudo o que combina com a natureza interior deles. Eles possuem a liberdade de pensar conforme lhes agrada, formam os seus projetos, estabelecem as suas idéias, fazendo o melhor que eles podem.
Contudo, todas as propostas dos homens esbarram em algo muito mais profundo e mais sério que é a disposição de Deus em fazer as coisas que os homens propõem.

Deus dispõe dos caminhos

Os homens podem fazer todos os planos possíveis, mas eles não podem dar continuidade a eles sem a anuência do Senhor, ou sem que receba a sua assistência bondosa. Os projetos dos homens somente se concretizam se eles estão de acordo com a resposta certa do Senhor que procede dos seus lábios. Deus é que fez a boca dos homens e lhes dirige sobre o que falar.
Os planos dos homens não dão certo freqüentemente porque eles não possuem mente e olhos para ver as coisas que elas não realidade são. O verso 2 diz que “todos os caminhos são puros aos homens dos homens”. Eles não têm olhos para ver corretamente o mundo, a história e o futuro. Eles não sabem prever porque isto não lhes foi dado. Eles pensam que os caminhos deles são puros, mas freqüentemente eles estão enganados. Porém o Senhor pondera e pesa o espírito. Isto quer dizer que o julgamento do Senhor é correto, certo, de acordo com a verdade. Deus pesa o que está em nós e estabelece juízo sobre os nossos caminhos e não erra em seus juízos. Ele não somente vê os caminhos dos homens, mas ele prova o espírito deles, colocando a resposta certa nos lábios dos homens, mesmo depois deles fazerem os seus próprios planos.
O verso 9 diz mais ou menos a mesma coisa do verso primeiro: “O coração do homem traça o seu próprio caminho”. Em virtude das suas propriedades racionais e de ser um ser pessoal, o homem possui a faculdade de planejar e idear coisas. Isso é próprio da sua natureza. Todavia, além de sua natureza, ele possui uma natureza pecaminosa que não o deixa idear corretamente. Ele, portanto, tenta traçar os seus próprios caminhos, numa tentativa de mostrar a si mesmos que possui a capacidade da independência. Freqüentemente ele não realiza os seus planos porque lhe faltam as cousas próprias do ser divino: faltam-lhe a onisciência e a onipotência. São estas coisa que tornam Deus capaz de guiar todos os caminhos dos homens. Ele conhece todas as coisas e pode todas as coisas. Por isso é dito que “o Senhor lhes dirige os passos”.
Esta prerrogativa divina é relacionada com todos os seres humanos e diz respeito à consecução dos seus planos eternos. Por isso, não podemos separar a doutrina dos decretos da doutrina da providência em Deus.

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Fonte: O Ser de Deus e as Suas Obras: A Providência e a sua realização histórica, da editora Cultura Cristã, p.157-161.