Se Deus já quis enviar chuva, então porque orar por isso? Ou, se Deus já escolheu salvar você, então porque lutar tão duramente contra a tentação?



Edwards dá sua resposta para perguntas como estas na Coletânea #29 (reformatada para facilitar a leitura):
Deus decreta todas as coisas harmoniosamente e em ordem excelente; um decreto se harmoniza com outro, e a relação entre todos os decretos faz a mais excelente ordem. Assim, Deus decreta a chuva no deserto por decretar as mais ardentes orações de seu povo; ou então, ele decreta as orações de seu povo por decretar a chuva.



Eu admito: dizer Deus decreta algo “porque,” é uma maneira imprópria de falar, mas não mais imprópria do que todas as nossas formas de falar a respeito de Deus. Deus decreta o último evento por causa do primeiro, não mais do que ele decreta o primeiro por causa do último.



Mas é isto o que nós queremos dizer: quando Deus decreta dar as bênçãos de chuva, ele decreta as orações de seu povo; e quando ele decreta as orações de seu povo, ele muito comumente decreta a chuva; e, através disto, há uma harmonia entre estes dois decretos, da chuva e da oração do povo de Deus.




Assim também,



•    quando ele decreta diligência e esforço, ele decreta riqueza e prosperidade;

•    quando ele decreta prudência, ele frequentemente decreta sucesso;

•    quando ele decreta empenho, ele frequentemente decreta a obtenção do reino dos céus;

•    quando ele decreta a pregação do evangelho, então ele decreta o trazer de almas para Cristo;


•    quando ele decreta boas faculdades naturais, diligência e boas vantagens, então ele decreta aprendizado;

•    quando ele decreta verão, então ele decreta o crescimento das plantas.



Assim, quando ele decreta conformidade com seu Filho, ele decreta chamado; e quando ele decreta chamado, ele decreta justificação; e quando ele decreta justificação, ele decreta glória eterna.



Assim, todos os decretos de Deus são harmoniosos; e isso é tudo o que pode ser dito a favor ou contra os decretos absolutos ou condicionais. Mas digo uma coisa: é impróprio fazer de um decreto a condição de outro, muito mais do que fazer do outro a condição do primeiro; mas há harmonia entre ambos.