Salmos 110; Isaías 42.1-4; Lucas 1.26-38; Atos 3.17-26: Hebreus 5.5, 6
Uma das grandes contribuições para o entendimento dos cristãos sobre a obra de Cristo é a exposição de João Calvino dos três ofícios de Cristo como Profeta, Sacerdote e Rei (Institutos II, XV). Como Profeta de Deus por excelência. Jesus era tanto o objeto quanto o agente da profecia. Sua pessoa e sua obra são os pontos focais da profecia do Antigo Testamento, enquanto ele próprio é um profeta. Nas declarações proféticas do próprio Jesus, o Reino de Deus e o seu papel dentro desse Reino vindouro são os temas principais. A atividade principal de um profeta era declarar a Palavra de Deus. Jesus não só declarou a Palavra de Deus, mas ele é a própria Palavra de Deus. Jesus foi o supremo profeta de Deus, sendo a Palavra de Deus na carne.
O profeta do Antigo Testamento era um tipo de mediador entre Deus e o povo de Israel. Ele falava ao povo da parte de Deus. O sacerdote falava com Deus em favor do povo. Jesus também desempenhou o papel do grande Sumo Sacerdote. Os sacerdotes do Antigo Testamento ofereciam sacrifícios regularmente, mas Jesus ofereceu um sacrifício de valor eterno, uma vez por todas. A oferta de Jesus ao Pai foi o sacrifício de si mesmo. Ele era tanto a oferta quanto o ofertante.
Enquanto no Antigo Testamento as funções medianeiras de profeta, sacerdote e rei eram ocupadas separadamente por indivíduos, todas as três funções foram ocupadas supremamente na única pessoa de Jesus. Jesus cumpriu a profecia messiânica do Salmo 110. Ele é o descendente e Senhor de Davi. E o Sacerdote que também é o Rei. O Cordeiro que foi morto é também o Leão de Judá. Para obter plena compreensão da obra de Cristo não devemos vê-lo simplesmente como profeta, ou como sacerdote, ou como rei. Todos os três ofícios são perfeitamente desempenhados por ele.

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Fonte: Verdades Essenciais da Fé Cristã, caderno 1, cap. 35, R.C. Sproul, Ed. Cultura Cristã.