João 14.16-18; Atos 19.1-7; Romanos 8.26,27; Gálalas 4.6
Em seu ensino no Cenáculo, pouco antes de sua morte, Jesus falou longamente sobre Espírito Santo. Ele disse: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador” (Jo 14.16). A palavra Consolador às vezes é traduzida como “Ajudador” ou “Conselheiro”; ela se deriva do termo grego paracleto.
A primeira coisa que notamos nesta passagem é que Jesus promete ou­tro “Parácleto” ou “Ajudador”. Para Jesus dizer que o Espírito Santo seria outro Ajudador, teria de haver um primeiro Ajudador antes do Espírito. O Novo Testamento identifica claramente este primeiro Ajudador, ou Parácleto, como o próprio Jesus. João escreve: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Je­sus Cristo, o Justo” (1Jo 2.1).

O título Advogado, dado a Jesus neste texto é outra tradução da palavra grega parácleto. Vemos então que Jesus é o primeiro Parácleto e em sua partida deste mundo ele ora para que o Pai providencie outro Parác1eto em sua ausência; o Espírito é enviado para ser o substituto de Cristo; ele é o supremo vigário de Cristo na terra.
No mundo antigo, um parác1eto era alguém convocado para dar assis­tência legal num tribunal. O Espírito Santo, ao cumprir este papel, desempenha mais de uma tarefa. Uma delas é o auxílio que ele presta ao crente quando este se dirige ao Pai. Paulo escreve à igreja de Roma:
Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraque­za; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos. (Romanos 8.26,27).
O Espírito Santo também ajuda o crente a enfrentar o mundo. Ele fala em nosso favor quando enfrentamos os conflitos, conforme Jesus promete em Mar­cos 13.11. O Espírito nos defende contra o mundo, convencendo-o do pecado. Ele opera em defesa do justo contra os ataques dos ímpios.
O conceito de Parácleto inclui também o papel de Consolador, o qual tem dois aspectos: o Espírito é a terna fonte de conforto para o crente ferido, abatido e aquele que tem sido abalado pela tristeza. O segundo aspecto é igual­mente importante. A palavra Consolador em sua derivação latina significa “com energia”. O Espírito vem a nós quando estamos precisando de poder. Ele nos capacita com coragem e ousadia. Como Consolador, ele consola e dá ousadia, para que em Cristo sejamos mais que vencedores (Rm 8.37).

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Fonte:
Verdades Essenciais da Fé Cristã, R.C. Sproul, Ed. Cultura Cristã, 2º Caderno, cap. 6, pág.20,21.